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INOVAÇÃO| 28.07.2021

Empresa e pesquisa universitária: a aliança perfeita para acelerar o ecossistema da insurtech

Marta Villalba

Neus Martínez

Tudo indica que, em algumas décadas, as cidades serão coabitadas por veículos autônomos. Diante desse cenário, quais seriam as consequências de um ataque cibernético massivo de veículos? Para essa e muitas outras questões em diversos campos, como saúde ou mobilidade, já se busca uma resposta a partir de um esforço conjunto entre universidades e grandes empresas. Uma união de talentos, recursos e visão inovadora na vanguarda da pesquisa em que a MAPFRE participa aliando-se às instituições acadêmicas mais avançadas.
A mudança de paradigma social e tecnológico que estamos vivenciando é evidente e a importância de apoiar a pesquisa e buscar antecipação no ecossistema da insurtech é imperativa. A universidade é uma das veias de conexão entre esses dois mundos.

As alianças entre o meio acadêmico e as empresas rompem com o modelo tradicional e estático e com os limites para agregar esforço, perspectiva de futuro e multiplicação de valor dessa sinergia. A MAPFRE colabora em várias linhas de pesquisa que unem os talentos aos recursos. Esses projetos não só contribuem para o enfrentamento dos desafios que ainda estão por vir, como também promovem o trabalho de pesquisadores para além do campo acadêmico e os aproxima de um verdadeiro espaço profissional.

“Depois de falar com universidades de todo o mundo, literalmente, vimos que tínhamos os recursos à nossa frente e isso diz muito sobre o ecossistema espanhol” (Joan Cuscó)
Falamos de um modelo de trabalho colaborativo como uma “cola” que funde o capital humano que a universidade possui nos departamentos universitários especializados com a expertise de grandes corporações, onde os estudantes encontram o lugar para desenvolver suas pesquisas com uma projeção palpável.

Universidade Francisco de Vitória, pesquisa de ponta com quatro atores

FIGUR8, startup criada por dois médicos do MIT (Massachusetts Institute of Technology, Instituto de Tecnologia de Massachusetts), com investimento do fundo da universidade, que desenvolveu uma tecnologia para medir a gravidade e a evolução das lesões musculoesqueléticas a fim de facilitar seu tratamento. A empresa entrou no programa de aceleração Insur_Space da MAPFRE com dois propósitos: dar solidez ao projeto e levar seu produto, inicialmente focado em atletas de elite, para o mundo segurador.

Na primeira rodada, com 25 pacientes envolvidos, o epicentro da investigação foi colocado nas lesões corporais decorrentes de acidentes de trânsito. Os resultados mostraram que o sistema biomecânico de inteligência artificial da FIGUR8 foi excepcionalmente exato e, então, foi proposto fornecer validade científica ao produto em colaboração com duas instituições.

 

A Universidade Francisco de Vitória, como entidade independente sem qualquer vínculo ou financiamento da FIGUR8, criou um estudo de validação clínica envolvendo entre 500 e 1.000 pacientes, entre saudáveis​e lesionados. Uma amostra grande o suficiente para que o grupo de médicos especialistas envolvidos na pesquisa ateste que a solução mede o que afirma medir, com a precisão que afirma ter. A execução dessa pesquisa foi liderada pela universidade e, após sua conclusão, será publicado um paper aberto a todos validando cientificamente o produto da FIGUR8.

Para a próxima etapa de execução do experimento, a FREMAP disponibilizará para o estudo sua sala de aula de biomecânica, especialmente projetada para pesquisas com os lesionados por diferentes tipos de acidentes de trabalho que compõem a amostra.

A soma dessa colaboração a “quatro mãos” é a prova de que o ecossistema empresarial e de pesquisa espanhol pode ser tão poderoso quanto qualquer aliança internacional de alto nível.

Universidade Carlos III e CESVIMAP: acesso a jovens talentos da pesquisa 

O CESVIMAP, Centro de P+D da MAPFRE, trabalha em parceria com as universidades por meio de diferentes alianças distribuídas por projetos. Os acordos são firmados valorizando o interesse mútuo em cada investigação e a participação de diversas instituições permite o acesso direto aos temas inovadores que são desenvolvidos a partir da universidade.

Para Rodrigo Encinar, responsável de P+D, “essas colaborações permitem que a MAPFRE tenha acesso a talentos que podem ser incorporados às equipes de inovação quando chegam a fase laboral. A relação que estabelecemos com as universidades vai mais longe, somos um partner que constrói em conjunto esse ecossistema.”

Neste âmbito, um acordo com a Universidade Carlos III permite avançar na pesquisa tecnológica de veículos autônomos que o CESVIMAP vem realizando em diferentes fases desde 2018. No estudo realizado, os riscos e fatores que afetam o setor de seguros foram avaliados, permitindo que os produtos sejam adaptados aos novos contextos. O projeto é muito atraente para jovens universitários, que veem uma oportunidade valiosa de estar no centro de uma inovação com impacto nas organizações e na sociedade, além de ser uma opção profissional realista onde seu trabalho de pesquisa é valorizado em todos os níveis.

Martín Palos Lorite, estudante do Mestrado em Robótica e Automação, definiu sua experiência: “a colaboração do CESVIMAP com a UC3M nos permitiu ir mais longe na nossa investigação ao podermos integrar e validar os nossos projetos e algoritmos a uma plataforma real sempre que necessário.”

Parte do futuro do ecossistema da insurtech está nas salas de aula. Contar com a universidade é refinar a busca pelo local onde a pesquisa está sendo realizada, por meio de projetos que vão adequar o setor às novas necessidades. Como uma seguradora global, a MAPFRE está buscando tais parcerias em todo o mundo. Nesse processo, foi possível verificar que, apesar de no imaginário coletivo os focos de inovação estarem em regiões como os Estados Unidos ou a Ásia, quando falamos sobre o talento júnior, podem surgir surpresas positivas, como essa em que os talentos estão muito mais próximos do que pensávamos.

Joan Cuscó, Diretor Global de Transformação, definiu as sensações vividas durante o processo como “um banho de realidade e de otimismo. Porque depois de falar com universidades de todo o mundo, literalmente, vimos que tínhamos os recursos à nossa frente e isso diz muito sobre o ecossistema espanhol”.

ICAI como aliada na melhoria da segurança no trânsito

A Toyota desenvolve, desde 2000, seus dummies virtuais Thums, Total Human Model for Safety, gerados por software de elementos finitos. Em 2021 liberalizou os seus modelos para que qualquer pessoa ou entidade que pretenda investigar acidentes de tráfico e a segurança dos ocupantes possa utilizá-los, com o objetivo de promover uma mobilidade mais segura. O que eles podem significar – especialmente em termos econômicos – para marcas de automóveis, em comparação com os testes tradicionais? A possibilidade de evitar ensaios destrutivos com modelos reais supõe a priori, não só uma economia econômica para os fabricantes, mas também a possibilidade de diversificar o tipo de ensaios a serem realizados.

 

 

A Toyota começa a criar os THUMS da análise do corpo humano, de acordo com diferentes modelos (adultos, crianças, homens, mulheres …), modelando com técnicas de digitalização e reproduzindo através de técnicas de elementos finitos as características e o comportamento de cada parte do corpo humano (ossos, órgãos internos, pele …). CESVIMAP, centro de i+D da MAPFRE, em colaboração com a Universidade de Comillas (ICAI), começou a desenvolver diversos projetos em torno das possibilidades de usar o THUMS para estudar o comportamento do corpo humano em diferentes tipos de sinistros, bem como as possibilidades de uso THUMS na realização de reconstruções de acidentes de trânsito e na segurança rodoviária. Um bom exemplo de sinergia entre universidade e empresa a serviço da sociedade.