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ECONOMIA | 09.02.2021

Santiago Martín: “tivemos uma capacidade de reação imediata diante da situação das PMEs. Sua sobrevivência estava em risco”

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A pandemia de COVID-19 está definindo um panorama especialmente difícil para as pequenas e médias empresas (PMEs). Segundo dados do Banco de Espanha, entre 14% e 19% das empresas estão insolventes nos primeiros meses e a previsão é de que até 10% delas sejam inviáveis. O presidente da associação patronal CEPYME já alertou que o prejuízo é cada vez maior e que as PMEs estão “no limite”. Fizemos um balanço para compreender a crise atual com o Subdiretor Geral de Empresas da MAPFRE ESPAÑA, Santiago Martín, a fim de aprofundarmos melhor o âmbito de colaboração da empresa e medidas de apoio para aliviar a situação. 

Pergunta (P.): Tem sido um ano devastador para as pequenas e médias empresas. Muitas foram forçadas a fechar ou têm dúvidas sobre a própria sobrevivência. Qual a sua avaliação?

A situação é muito diferente dependendo da atividade e do tamanho da empresa. Além disso, muitas delas são artificialmente apoiados pelo subsídio fornecido pelo expediente de regulação de emprego (ERTE) e outros auxílios. A situação real das PMEs será conhecida nos próximos meses.

Que papel devem ter os fundos europeus no socorro a este grupo que representa mais de 99% do tecido empresarial espanhol? Segundo o Banco de Espanha, 22% estão em situação de falência técnica. Em que ponto estamos?

Esses apoios são fundamentais, mas não devem ser concebidos como um mero subsídio. Deve-se aproveitar o momento para investir em melhorias, especialmente na inovação e na digitalização.

Que papel tem o seguro como apoio fundamental à atividade empresarial?  

O seguro, como mecanismo de transferência de riscos, desempenha um papel essencial para o empresário, protegendo seu patrimônio, suas responsabilidades e compromissos, permitindo que ele desenvolva a sua atividade em um ambiente seguro.

O que a pandemia nos diz sobre os poderes públicos e o papel dos governos?

São muitos os ensinamentos que podemos retirar dessa situação em que vivemos. Quanto ao poder público, é preciso que desempenhem seu papel essencial para resolver problemas onde a iniciativa privada não chega sozinha. Podemos também pedir maior flexibilidade na tomada de decisões e, por que não dizer, melhor coordenação entre os diferentes âmbitos do poder.

 

“As PMEs têm a sobrevivência no seu DNA”

Você acha que a tendência dominante dos que virão será a reconversão?

Em alguns setores isso será inevitável, já que muitas das mudanças que a pandemia trouxe vieram para ficar. Mas o nosso tecido empresarial é dinâmico e já demonstrou a sua capacidade de adaptação às diferentes circunstâncias que enfrentou.

Qual sua opinião sobre conceitos como transformação ou digitalização para qualquer negócio neste momento? As PMEs estão preparadas para assumir o que muitos chamam já de “a única via”?

Já falei sobre a digitalização anteriormente. Em maior ou menor medida, não resta alternativa. É por isso que é fundamental que os auxílios públicos sejam bem orientados e canalizados para projetos que garantam a sobrevivência da empresa a longo prazo.

Os trabalhadores das PMEs têm adquirido formações no nível que um momento como esse exige?

As PMEs têm a sobrevivência no seu DNA e, durante os meses mais difíceis de confinamento, muitas delas se esforçaram muito para garantir essa sobrevivência, apoiados em planos de formação em meio a circunstâncias muito complicadas.

No que diz respeito aos auxílios e vantagens concedidos pela MAPFRE às PMEs e aos trabalhadores independentes, como, por exemplo, o adiantamento do pagamento a fornecedores como medida de manutenção do emprego e da estabilidade das empresas, o que você sugere?

A MAPFRE teve capacidade de reação imediata diante da situação das PMEs, ciente de que sua sobrevivência estava sendo jogado. Foram concedidos auxílios e descontos em prêmios que somaram 60 milhões de euros, alguns pagamentos foram adiados e foram garantidos os pagamentos aos nossos fornecedores. O resultado esperado com essas medidas é apenas evitar o fechamento de empresas e de vagas de trabalho entre nossos clientes e fornecedores.

Nos dê alguma esperança. Quanto tempo demoraremos para voltar à normalidade?

As vacinas que começaram a ser distribuídas são a luz no final do túnel. Mas ainda vai demorar algum tempo para voltarmos à plena normalidade, por isso a necessidade de se fazer uso adequado das medidas econômicas colocadas em prática.

Se você pudesse convocar a uma ação, a partir da sua responsabilidade, qual seria?

Nesse momento, com a pandemia ainda entre nós, a principal ação que temos de pedir é a de cumprir todas as indicações que nos são dadas pelas diferentes administrações públicas, a fim de reduzir os seus efeitos perniciosos e enfrentar o regresso à normalidade nas melhores circunstâncias possíveis. Na MAPFRE estamos muito atentos ao ambiente em que as PMEs deverão desenvolver a sua atividade no futuro, para adaptar os nossos produtos a todas as suas necessidades.

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