MAPFRE
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ECONOMIA| 06.07.2023

Fernando Mata aos investidores: “Estamos confortáveis com o perfil de risco que temos e com os países onde operamos”

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Diversificação, rigor técnico e posição de liderança são alguns dos pontos fortes da MAPFRE. Assim o destacou Fernando Mata, diretor e Chief Financial Officer da MAPFRE, num encontro com investidores retail organizado esta semana pela Renta 4, entidade com a qual temos um acordo de seguros.

Durante a sessão foi dada ênfase ao primeiro aspecto, ou seja, à vantagem da diversificação, geografia, negócio e balanço. Mata sublinhou, aliás, que a “pegada geográfica atual é a que queremos”. O Grupo está presente nos cinco continentes. Atualmente, a MAPFRE é a maior seguradora espanhola do mundo, a maior seguradora multinacional da América Latina e está entre os 10 maiores grupos europeus em volume de prêmios. “Estamos confortáveis ​​com o perfil de risco que temos e com os países em que operamos”, afirmou. E acrescentou que “não vemos novas reestruturações no futuro” em referência aos últimos processos levados a cabo em unidades como a assistência ou os encerramentos em alguns estados dos EUA, Filipinas e Indonésia. Além disso, o responsável garantiu que em vez de nos retirarmos, “se houver um negócio que nos complemente, principalmente nos países core, iremos analisá-lo”.

Apesar desse contexto difícil, com inflação em alta histórica, Mata, que estava acompanhado de Felipe Navarro, Diretor de Mercado de Capitais e Tesouraria, destacou o crescimento que vem ocorrendo no negócio de resseguros e também no mercado brasileiro, que se tornou o que mais contribui para o Grupo em termos relativos. “O Brasil é a joia da coroa, pois cresce acima da inflação e há um aumento do prêmio médio de mais de 20%”, explica o CFO.

Justamente, a desvantagem do setor é como repassar esse aumento de preço para os prêmios, principalmente nos carros. Nesse sentido, Mata explicou que a MAPFRE tem capacidade tecnológica para individualizar preços e adequar a taxa ao perfil de risco de cada cliente. “Os aumentos ocorrem de forma ordenada e o que transferimos é nosso aumento de custos, não a inflação”.

Mata também se referiu ao negócio financeiro, onde os bancos centrais tiveram de aplicar a maior taxa de aumento de juros da história para conter a inflação. Isso tem levado as seguradoras a mudar a forma como gerenciam a carteira. Na MAPFRE, foram feitos pequenos ajustes e “a defesa mais importante tem sido a renda fixa vinculada à inflação a taxas de juros do banco central, tanto na Europa quanto na América Latina”. Além disso, “temos avançado em alternativas, mas com muita cautela”. A esse respeito, Navarro acrescentou que o setor financeiro costuma reclamar sempre, tanto quando as taxas estão baixas quanto quando estão altas. No entanto, recorde-se que “as seguradoras vivem melhor em ambientes de taxas de juro positivas por duas razões: por um lado, porque nos permitem comercializar produtos de poupança tradicionais que acrescentam valor ao cliente e, por outro, porque os investimentos nos dão rendimentos que ajudam a melhorar a rentabilidade do Grupo”.

De fato, no primeiro trimestre do ano, o setor segurador preencheu uma lacuna deixada pelos bancos, que decidiram não aumentar a rentabilidade dos depósitos. Isso levou a um crescimento incomum na captação de poupança, com cifras de mais de 1bilhão no trimestre no caso da MAPFRE. No entanto, Mata indica que isso é temporário e que voltaremos a cifras mais normais entre 100 e 150 milhões por mês.