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TRANSFORMAÇÃO| 09.02.2021

Educação digital: a empresa se junta a uma onda de transformação

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Na atual pandemia de Covid-19, surgiu uma questão urgente, com a volta 600 milhões de menores às suas casas e mostrando várias diferenças em relação à educação digital, como o acesso à Internet, a ausência de dispositivos e a ausência de habilidades digitais básicas.

JULIO DOMINGO

A Fundación MAPFRE, empenhada na educação e na proteção da infância, participou recentemente da Mesa de Empresa e Cooperação em Educação Digital, uma iniciativa pioneira na Espanha, com incentivo do Ministério dos Assuntos Exteriores, para defender “a educação como um dos mais poderosos meios para enfrentar a Covid-19, superar o abismo digital e avançar no progresso sustentável”. A instituição compromete-se, assim, a alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 da Agenda 2030, que busca garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem durante toda a vida para todos, em um momento particularmente crítico.

O encontro contou com a participação de Julio Domingo, Diretor Geral da Fundación MAPFRE, que destacou o compromisso da organização, com presença em 25 países, em um programa de erradicação da pobreza na América Latina por meio da educação, que, em 2020, proporcionou escolaridade e nutrição a 105.000 crianças em locais especialmente desfavorecidos da região. “A digitalização é o próximo passo”, explicou Domingo, que indicou que a Fundación estará muito atenta ao trabalho da mesa de cooperação.

 

600 milhões de menores em casa

A secretária de Estado para a Cooperação Internacional, Ángeles Moreno, abriu o encontro admitindo que “demos um passo no campo da digitalização. Estávamos pedalando, e chegou a onda, que também levou 600 milhões de crianças para as suas casas, na melhor das hipóteses para estudar à distância. Muitos puderam voltar às escolas, outros não vão voltar.”

A UNICEF estima que 15 milhões de crianças nunca regressarão às salas de aula. De acordo com a organização, os jovens não acreditam que os fundos destinados à educação sejam insuficientes (43%) e de baixa qualidade (17%), barreiras intransponíveis que os impedem de optar por um futuro melhor. 75% têm, além disso, limitações ao acesso à Internet, principalmente devido aos custos de conexão (38%), à ausência de recursos para adquirir equipamentos com acesso à rede (29%) e à falta de eletricidade (40%). 

“É um problema prioritário, porque não estar nas salas de aula significa um retrocesso nas sociedades. Nesta era, a digitalização é necessária para escapar do analfabetismo”, destacou Ángeles Moreno, que recordou que a reorientação dos fundos de cooperação espanhóis na sequência da pandemia visa ao apoio às comunidades mais vulneráveis, em especial aos menores de idade. Por outro lado, a União Europeia (UE) está lançando um novo fundo, que vai reunir todos os de apoio a terceiros já existentes, dotado de 80 bilhões de euros.

Redução de abismos 

Há abismos que têm que ser enfrentados. O do acesso à Internet, com 800.000 casas na Espanha, segundo estimativas, que não puderam fornecer acesso a seus filhos; outro em habilidades digitais básicas (apenas 43% da sociedade têm essas habilidades), e que é preocupante para além da educação formal, porque impede o salto da sociedade, como explicou Carmen Artigas, secretária de Estado da Transformação Digital e Inteligência artificial.

A Espanha corre o risco de não ser capaz de satisfazer a demanda de emprego digital, não contando com profissionais que tenham atualizado a sua formação, o upskilling ou o reskilling necessários para otimizar o seu desempenho ou para a reciclagem em uma nova função. Para cumprir o objetivo de 80% da sociedade ter habilidades digitais básicas em 2025, as empresas desempenham um papel relevante.

Por fim, o gap afeta a digitalização de todo o sistema educativo.

Ao lado da Fundación MAPFRE, participam do fórum a Telefônica e sua fundação, a ProFruturo, a Hispasat, a Fundação Orange, a Fundação Vodafone, a Microsoft, a Ibérica, a Escudo Web, o Grupo Mondragón, a McGraw Hill, a OTBInnova, a Planeta, a Santillana, a SM, a Rubio, a ISDI, o Grupo AE, a Didactalia, a Siemens-Gamesa, a Fundação Banco Santander e o Santander Universidades, a Anaya, a BBVA e a Coverwallet. 

Segurança no trânsito e mudanças na mobilidade

A contribuição da Fundación MAPFRE para a educação de qualidade e inclusiva integra as áreas relacionadas com o seu âmbito de atividade: ação social, saúde e hábitos saudáveis, finanças e seguros, cultura, segurança no trânsito e prevenção de acidentes. Neste último capítulo, um relatório recente (que coincide com o Dia Internacional da UNESCO), elaborado pela Fundación MAPFRE, pelo Conselho Europeu para a Segurança dos Transportes (ETSC) e pela Fundação Flamenga para o Conhecimento do Trânsito (VSV), mostra que, durante a pandemia, muitos menores de idade em toda a Europa perceberam uma parada na sua aprendizagem em segurança no trânsito. Isso se deve ao fechamento das escolas e à impossibilidade de aprender as técnicas necessárias para andar de bicicleta em segurança. Nessa situação sem precedentes, o material educativo sobre segurança no trânsito e mobilidade foi cada vez mais digitalizado, e foram criadas novas plataformas digitais. No entanto, os especialistas defendem que a educação em segurança no trânsito continue evoluindo para refletir as mudanças na mobilidade que a pandemia provocou em todo o mundo, como a preferência por caminhar e utilizar a bicicleta, em muitos locais do mundo, para chegar aos estabelecimentos de ensino.

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Equilíbrio ou equilibrismo? O desafio de garantir uma educação integral em um contexto de pandemia:

https://www.mapfre.com/pt-br/actualidade/corporativo-pt-br/equilibrio-ou-equilibrio-educacional-desafio-pandemia/