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SUSTENTABILIDADE 16.10.2020

Mulheres líderes latino-americanas pedem ação para evitar retrocessos na igualdade 

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Uma em cada três mulheres na América Latina não tem renda própria e teme-se que a COVID-19 possa representar um retrocesso de quase dez anos nessa área, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Na MAPFRE, consideramos necessário dar visibilidade a esta situação e promovemos a implementação de boas práticas que ajudem a evitar e combater as disparidades de gênero. É #AParteQueNosToca.

O Conselho Empresarial Aliança pela Ibero-América (CEAPI), do qual a MAPFRE faz parte, explorou recentemente, junto com a Casa de América, o modo de reconstruir o papel da mulher no mundo empresarial, social e político na América Latina, em um momento crítico cuja desigualdade tem aumentado. 

Alguns dos desafios são: como acelerar a mudança face à invisibilidade estatística vigente; como romper a ligação do coletivo feminino com uma suposta (e errônea) vulnerabilidade; ou qual a necessidade de mais pedagogia para acabar com os padrões de discriminação?

Em conversa inaugurada pelo Diretor da Casa de América, Antonio Pérez-Hernández, na qual participaram: Rebeca Grynspan, Secretária-Geral Ibero-Americana (SEGIB); Gina Díez Barroso, Presidente e CEO do Grupo Diarq, e fundadora da Dalia Empower (México); Gema Sacristán, Diretora Geral de Negócios do BID Invest (Espanha), e Núria Vilanova Giralt, Presidente do CEAPI e moderadora, abordaram as principais ameaças e soluções para combater esse teto de vidro, como índices de igualdade ou títulos de gênero.

Algumas das soluções propostas são: trabalhar habilidades básicas de liderança, promover iniciativas nos principais fóruns internacionais que fomentem a igualdade, impulsionar a medição da diversidade e melhorar a educação e a cultura a partir da colaboração público-privada. Iniciativas como o ClosinGap, o cluster de empresas espanholas para combater a diferença e do qual a MAPFRE faz parte, ou o Promociona são projetos que poderiam ajudar, caso fossem implantados na América Latina, a aumentar a consciência da sociedade a respeito do problema.

“Sem dados, nada pode ser medido, e sem as medidas não é possível consertar nada”, alertou Gina Díez, presidente e CEO do Grupo Diarq. Sacristán, por sua vez, lembrou a nomeação de Jane Fraser como a nova CEO do Citigroup, uma conquista que materializa uma jornada de anos. Porque melhorar a igualdade é um caminho. Segundo dados da consultoria Mercer, 81% das empresas da LATAM e do Caribe reconhecem a importância de promover políticas de igualdade entre suas prioridades. O importante é entender o que as organizações ganham com o aumento da igualdade: tem a ver com oportunidades de negócios. Aumentar a integração das mulheres no local de trabalho poderia trazer bilhões adicionais ao PIB.

Agenda econômica e de gênero

Uma agenda compartilhada com todos foi outro dos pilares levantados, com maior destaque na região de iniciativas de sucesso como, por exemplo, o Male champions for change (liderado por homens na Austrália); o EngageMen, com mulheres que propõem aos homens assumir os desafios da igualdade; ou o HeforShe das Nações Unidas, que trabalha com homens e meninos para promover o papel das mulheres.

“Uma mudança de paradigma e a mudança que parte de ordem mundial devem reforçar a consideração das mulheres no mundo”, afirmou Sacristán, apelando a uma maior colaboração público-privada.

Grynspan elogiou suas colegas, “que apoiaram muito mulheres mais”. Desde 1987, quando sob sua responsabilidade foi criada na Costa Rica a Lei da Igualdade Real entre Homens e Mulheres, muitos avanços foram feitos, inclusive a nomeação da primeira mulher presidente do país.

Na situação atual da pandemia e da crise econômica, foi lançado um apelo à proteção do emprego feminino e ao estabelecimento de medidas para reduzir os níveis de pobreza (que cresceu 22%), bem como a maior sobrecarga de tarefas. Recentemente, no âmbito de um evento 50&50 em que Antonio Huertas, Presidente da MAPFRE, alertou sobre o problema dos números: o trabalho feminino é 1,8 vezes mais vulnerável a esta crise do que o masculino. As mulheres, que respondem por 39% do emprego global, sofrem 54% da perda total de empregos no mundo.

Na MAPFRE, levamos muitos anos trabalhando para a igualdade de oportunidades entre as mulheres e os homens. Nossa empresa estabelece planos de atuação que promovem a igualdade efetiva de homens e mulheres, garantindo seu desenvolvimento profissional em termos de igualdade de oportunidades, tal como indica a nossa Política de Diversidade e Igualdade de Oportunidades.

Além disso, aderimos aos Princípios da ONU Mulheres (Women Empowerment Principles), à iniciativa Target Gender Equality, do Pacto Global das Nações Unidas, e também somos membros do ClosinGap. Ao participar dessas iniciativas, a MAPFRE fortalece sua contribuição para a meta do quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (Igualdade de oportunidades), que visa a alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. 

Não haverá recuperação, enquanto as desigualdades que afetam as mulheres não se tornarem um aspecto fundamental da agenda econômica. “Há anos não se trabalha para erradicar o problema”, lembrou Núria Vilanova Giralt, que encerrou o debate lembrando que “é preciso acreditar para criar soluções”.