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COMPROMISSO| 21.12.2021

Como melhorar os conhecimentos em cibersegurança na Internet para as crianças

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As crianças, como autênticas nativas digitais, estão expostas às contínuas ameaças cibernéticas e devem conhecer como evitá-las para tornar sua experiência “virtual” segura e positiva.

Como é possível ler no site da UNICEF, o Comitê dos Direitos da Criança aponta “que o ambiente digital pode incluir informações enviesadas, com estereótipos de gênero, discriminação, racismo, violência, pornografia, exploração e empregando um discurso de ódio, bem como narrativas falsas, informações errôneas e desinformação, desvirtuando o direito da infância à informação a partir da origem e colocando em risco outros de seus direitos, como o direito à proteção, à privacidade ou à não-discriminação”.

Deste modo, alerta-se que o ciberespaço ou a Internet, como prefira chamar, não oferece apenas uma grande oportunidade para obter acesso a todo tipo de informações ou criar conteúdo próprio, mas também abrange múltiplos perigos aos quais não somente estão expostos os menores, mas também os adultos.

 

Perigos na rede

Na atualidade, dizer que dentro da rede se escondem inúmeras ameaças pode quase parecer banal, pois há duas décadas que estes riscos vêm sendo apontados. E, apesar de tudo, as autoridades e os órgãos especializados não descansam em seus esforços para conscientizar a população sobre isto, já que, infelizmente, os números de ataques cibernéticos não param de aumentar e a complexidade deles evolui com a mesma velocidade que a tecnologia em geral. Isto é, ao comemorar um avanço tecnológico, a alegria também chega para o bando dos cibercriminosos, porque novos caminhos são abertos para a criação de ameaças.

No caso da infância, aos perigos habituais se unem outros que afetam especialmente as crianças: assédio cibernético (que pode ser traduzido como humilhações, agressões, insultos ou chantagens através das redes sociais), grooming (ações realizadas por um adulto sobre uma criança, visando conquistar sua amizade, conseguir imagens ou vídeos de conteúdo sexual e que até podem acabar em abusos sexuais). De fato, tal como é publicado em Educação 3.0, o relatório ‘Violência Viral’, elaborado por Save the Children, assegura-se que em 2019 os tipos de violência mais sofridos pelos menores foram a exposição a conteúdo de caráter sexual e/ou violento sem consentimento, o assédio cibernético e o mencionado online de grooming.

 

Todos devem aprender

O fato de incidir na conscientização da população deixa bem claro que o trabalho de educação não só corresponde às crianças, mas também os adultos devem se adaptar a esta nova realidade. Um dos principais problemas é que, às vezes, a aprendizagem é comum, isto é, pais e professores enfrentam pela primeira vez algumas ameaças cibernéticas, e isso representa que não possuem a habitual experiência que em outros campos da vida poderiam oferecer aos menores.

Para apresentar um exemplo, qualquer adulto responsável pode aconselhar em função de possíveis perigos que as crianças encontrariam na rua; no entanto, muitos deles não sabem como conscientizar ou aconselhar quando se movimentam no ciberespaço. E o motivo não é outro mais que o desconhecimento.

Isto projeta um cenário mais complexo para melhorar a aprendizagem em cibersegurança das crianças. O que fazer então?

 

Como proteger as crianças contra as ameaças na Internet?

Mesmo tendo em consideração a situação comentada acima, os adultos devem fornecer aos pequenos as ferramentas adequadas para enfrentar esses perigos que estão à sua espreita na rede; ao tempo que devem protegê-los na medida de suas possibilidades. É preciso lembrar que as ameaças não estão mais circunscritas apenas ao que elas enxergam em uma tela, mas que chegam ao mundo real. Não é necessário lembrar os casos de pederastia ou de abuso físico…

Assim, as principais medidas restritivas que podem ser tomadas, especialmente pelos pais, são as seguintes:Bloqueio de sites web.

  • Restrição de permissões de navegação.
  • Controle das redes sociais.
  • Tempo limitado de acesso à Internet.

Tal como era de esperar, conforme as crianças vão crescendo, algumas destas medidas deixam de ser válidas ou se tornam insuficientes. Assim, o mais conveniente é fornecer ferramentas que permitam a detecção de qualquer ameaça.

“Bloquear e restringir algumas funcionalidades da Internet, como frequentemente realizado, é uma medida efetiva que protege os pequenos da casa contra alguns perigos, mas que não ajudará no meio e longo prazo. Portanto, se os pais realmente desejam que seus filhos aproveitem o mundo virtual de forma segura, a solução é ensinar como se manterem seguros por si mesmos, pois isto lhes permitirá contar com bons hábitos na hora de navegar pela Internet, evitar riscos cibernéticos, etc. Vivemos em um mundo cada vez mais digitalizado e formar os menores em cibersegurança é uma aposta segura para mantê-los a salvo na hora de se adentrar na rede, além de abrir novas portas para uma futura trajetória profissional”. Com estas palavras, Mario García, diretor geral da empresa Check Point para a Espanha e Portugal, confirma a importância de adquirir conhecimentos sobre cibersegurança, ou de preferência, sobre ameaças cibernéticas.

Além disso, não se trata de que as crianças apenas aprendam a evitar páginas pornográficas ou fraudulentas. “As crianças chegam com um smartphone ou tablet embaixo do braço, são nativos digitais e, desde muito pequenos, elas utilizam os dispositivos eletrônicos para acessar conteúdo audiovisual e brincar online. São atividades aparentemente inofensivas, que porém envolvem riscos associados, como o consumo de conteúdo não apropriado para a idade, uso excessivo ou contato inadequado com outras pessoas através da Internet, porque desde muito pequenos é importante adquirir uma maturidade e formação adequadas em cibersegurança”, explicam no Incibe, o Instituto Nacional de Cibersegurança espanhol.

 

Como promover o conhecimento em cibersegurança

O primeiro passo que deve ser dado é acompanhar a criança no processo de aprendizagem e de conscientização e, se for necessário, formar-se simultaneamente. Existem múltiplas iniciativas que ajudam neste trabalho: a partir de jogos a vídeos que ajudam a explicar os perigos que estão à espreita na “escuridão” da Internet.

Contudo, trata-se de um trabalho quase diário, tal como acontece com as ameaças que existem no “mundo real”. É preciso ter presente que para elas a vida na rede (jogos, redes sociais, portais de conteúdo) é uma parte importante e diária de sua diversão e mesmo do estudo. Então, torna-se necessário abandonar a distinção entre alguns perigos e outros. No final das contas, todos eles representam uma ameaça para sua segurança.

Em relação com os caminhos para encorajar o conhecimento dos pequenos, os especialistas costumam coincidir nas seguintes recomendações:

  • Compartilhar atividades online durante os primeiros anos. Desse modo, será possível introduzir gradativamente temas relacionados com a segurança.
  • Orientar no uso responsável da Internet. Os adultos devem realizar um trabalho contínuo de orientação com as crianças, porque elas descobrem nas redes um imenso mundo que explorar ao alcance de um clique.
  • Mostrar os perigos e apresentar exemplos práticos, para que estejam alerta ao detectá-los. Não é necessário apenas explicar o que pode acontecer, mas ilustrar as consequências com casos reais ajudará à sua conscientização.
  • Conhecer os apps que utilizam. O “tempo com a tablet” ou com o celular não deve ser um “vale tudo”. É necessário conhecer quais aplicativos são baixados e o que eles envolvem. Dessa maneira, pode ser explicada a conveniência ou não de sua utilização.
  • As redes sociais representam uma contínua exposição da privacidade e isto, nas crianças, pode ser um perigo. Assim, é preciso promover a necessidade de proteger o espaço privado e de demonstrar à criança que não só pode ser um perigo para ela, mas para toda a família ou os amigos que aparecem nas postagens. Da mesma maneira que estranhos não são convidados a entrar em um quarto, também não deveriam poder ter acesso aos perfis privados.
  • Ensinar com base na cooperação e na confiança. Uma vez que a criança começa a entender o que deve e o que não deve fazer, é momento de encorajar a confiança nela, de maneira a que coopere e alerte de possíveis intromissões, ameaças ou abusos que possa sofrer tanto ela quanto seu ambiente.

A personalidade dos adolescentes está ainda em construção e pode sofrer alterações como consequência de um mau uso das novas tecnologias. Por este motivo, a Fundación MAPFRE há tempo implementou e mantém ativa uma campanha, “Controle sua rede”, para sensibilizar pais, educadores e jovens sobre as consequências que pode ter o uso abusivo das novas tecnologias e promover a sua utilização responsável.

“Controle sua rede” é um programa que trabalha com crianças entre 11 e 16 anos na Espanha, Malta e vários países da Ibero-América. Através de oficinas, guias e material para famílias e professores, desenvolvidos em colaboração com a Polícia Nacional, referência neste âmbito, busca-se garantir de maneira integral a segurança das crianças no ambiente educacional.

Os objetivos deste programa https://www.fundacionmapfre.org/educacion-divulgacion/salud-bienestar/actividades-educativas/controlatic/ são:

  • Sensibilizar a população sobre a necessidade de desenvolver uma boa saúde digital.
  • Oferecer às crianças conhecimentos que lhes permitam diferenciar entre uso e abuso.
  • Informar as famílias sobre comportamentos inadequados e dar resposta a elas, de tal forma que as crianças e adolescentes vejam em seus pais um interlocutor válido diante de qualquer problema que possa surgir.
  • Proporcionar aos profissionais da educação materiais para trabalhar estes conceitos na sala de aula, e identificar os sinais de um uso inadequado das novas tecnologias entre seus alunos.

Infelizmente, é cada vez mais habitual o crime de assédio em menores através de dispositivos eletrônicos. O que antigamente ficava restrito ao pátio da escola (e não por isso menos importante), agora se estende e isto representa uma dificuldade adicional para que pais e educadores possam detectar o assédio. A inovação e a inclusão de coberturas alheias ao setor segurador é cada vez mais comum nas apólices e, há alguns anos, a MAPFRE deu outro passo ao incluir em seus seguros de lar coberturas como a proteção digital (que inclui a emissão de um certificado de veracidade para casos de violência digital em menores, que serve como documento na apresentação de uma denúncia).