MAPFRE
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CORPORATIVO | 30.10.2020

O lucro da MAPFRE nos nove primeiros meses do ano foi de 450 milhões de euros (-2,7%)

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Pontos- chave dos nove primeiros meses

• O lucro do negócio de seguros cresceu mais de 7%.

• A Espanha, com um resultado de 328 milhões de euros, continua sendo o país contribui para o lucro do Grupo.

• Bom resultado da atividade seguradora nos principais mercados do Grupo: Estados Unidos (+50%), México (+31%) e Brasil (+15%).

• A receita do Grupo supera os 19,050 bilhões de euros (-11,9%), e os prêmios chegam a 15,550 bilhões (-11,9%), consequência da crise econômica mundial decorrente da COVID-19.

• A taxa combinada aumentou mais de um ponto percentual, e está em 95,2%.

• A taxa de solvência ficou em 184% em junho.

• A MAPFRE pagará um valor de dividendo a receber de 5 centavos por ação, o que significa um pagamento no ano de 2020 um total de 416 milhões de euros.

A evolução das magnitudes econômicas mais relevantes precisa ser considerada no contexto da crise da COVID-19, que pressupõe uma desaceleração da atividade econômica e um confinamento da população na maior parte dos países em que a MAPFRE opera; e isso em um entorno macroeconômico adverso, com quedas relevantes nas bolsas de valores, reduções contínuas nas taxas de juros e depreciações significativas de moedas frente ao euro, principalmente o real brasileiro, o peso mexicano e o dólar americano.

A MAPFRE implementou nesse período uma estratégia específica baseada em três princípios de proteção: garantir a saúde e bem estar dos funcionários e colaboradores, consolidar o compromisso com nossos assegurados e acionistas, e garantir a continuidade do nosso modelo de negócio baseado na solvência e força do capital.

Os efeitos da crise nas variáveis seguradoras são muito variados e complexos, mas, resumidamente, os mais relevantes são:
a) Queda no volume de negócio, devido à menor atividade econômica, depreciação de moedas e falta de incentivo em produtos de Vida-Poupança.
b) Melhora na margem asseguradora do negócio de Não Vida, com quedas na sinistralidade de automóveis que compensam o aumento nos ramos com sinistros de COVID-19.
c) Manutenção dos gastos, com reduções de custos operacionais e adiamentos de iniciativas de transformação que compensam gastos diretos da COVID-19.
d) Diminuição nas receitas financeiras, tanto de renda fixa como de renda variável.

As receitas da MAPFRE entre janeiro e setembro deste ano correspondem a 19,051 bilhões de euros, o que representa 11,9% a menos do que o mesmo período do ano passado, enquanto os prêmios caíram na mesma proporção (-11,9%), chegando a 15,550 bilhões de euros. A uma taxa de câmbio constante e descontando o efeito da apólice bienal da PEMEX (México), emitida em 2019, a redução do volume de prêmios seria de 3%.

O lucro foi de 450 milhões de euros, o que representa uma queda de 2,7% em relação aos nove primeiros meses de 2019. Além dos impactos mencionados anteriormente, alguns fatos extraordinários de montantes similares se destacam nos dois anos: os terremotos de Porto Rico em 2020, o tufão do Japão e a recuperação do ágio do negócio de Assistência em 2019.

A unidade de seguros, a principal do Grupo, registrou uma evolução positiva, resultando em um crescimento de 7,5%. A grande maioria dos países encerram o período com lucros. A Espanha continua sendo o país que mais contribui com os resultados do Grupo e destaca, também, o ritmo positivo de aportes ao lucro dos negócios no Brasil, América Latina e Estados Unidos, assim como a voa evolução da região da Eurásia, especialmente na Turquia.

A taxa combinada do Grupo ao final do mês de setembro foi de 95,2%, com uma melhora de 1,1 ponto percentual. Houve uma redução na sinistralidade, especialmente em Automóveis, em países como Espanha, Estados Unidos e Turquia, mesmo que tenha havido aumento em outros ramos, como em multirrisco empresarial e falecimentos na Espanha.

Os fundos próprios do Grupo representaram 8,412 bilhões de euros, 5% a menos que em dezembro do ano passado; porém, desde o final do primeiro trimestre, quando surgiram os primeiros impactos da COVID-19, aumentaram em 552 milhões. Já os ativos totais ficaram em 68,816 bilhões de euros, 5% a menos do que no fechamento de 2019, como consequência da queda dos mercados de ações, da desvalorização das moedas e da redução da atividade.

Também devido à evolução dos mercados, os investimentos do Grupo ao final de setembro deste ano chegaram a 51,621 bilhões de euros, 3,6% a menos que em dezembro do ano passado. 56% do total desses investimentos (28,856 bilhões de euros) fazem parte da renda fixa soberana, ao passo que 18,5% (9,536 bilhões de euros) são de renda fixa corporativa, e 5% (2.465 bilhões de euros) correspondem à renda variável.

A taxa de solvência em junho de 2020 ficou em 184%, com 86% de capital de máxima qualidade (nível 1), destacando a solidez e a resiliência do Grupo, além de sua capacidade de uma gestão contínua. Essa taxa mostra uma melhora de 6,6 pontos percentuais em relação a março, como consequência de um enfoque prudente de balanço e de uma gestão ativa de investimentos em um ambiente mais favorável.

1. Evolução do negócio:

Os prêmios da Unidade de Seguros entre janeiro e setembro deste ano atingiram 12,747 bilhões de euros, 15% menos que o montante registrado um ano antes. Entretanto, o resultado alcançado pela unidade de seguros melhorou 7,5%, chegando a um lucro de 610 milhões de euros, com uma taxa combinada de 93%.

 Os prêmios da Área Regional Ibéria (Espanha e Portugal) entre janeiro e setembro deste ano corresponderam a 5,313 bilhões de euros, 11% a menos que o mesmo período do ano passado. O lucro dessa área regional foi de 334 milhões de euros (-4%), o que a torna o negócio que mais participa do resultado consolidado do Grupo. É importante destacar a boa evolução da taxa combinada, que está em 92,5%.

O negócio de seguros na Espanha contabilizou prêmios no valor de 5,211 bilhões de euros, 11% a menos que nos nove primeiros meses do ano passado. A redução se deve, principalmente, ao negócio Vida-Poupança, com uma redução de prêmios próxima a 700 milhões de euros, devido à interrupção na comercialização de determinados produtos, mas com pouco impacto no resultado. O negócio de Não Vida, por outro lado, cresceu 1%, chegando a 4,019 bilhões de euros, refletindo a boa evolução do negócio de saúde, comunidades, lar e empresas. É importante destacar a boa evolução da Verti, que teve um aumento de 7% nos prêmios, superando os 63 milhões de euros, com um lucro de 6 milhões de euros (em comparação com perdas de 2 milhões no mesmo período do ano anterior).

No ramo de automóveis, os prêmios sofreram uma redução de 3,9%, chegando a 1,657 bilhão de euros e produzindo também uma importante queda na taxa combinada (9,6 pontos percentuais), que chegou a 83,7%, consequência direta da diminuição da mobilidade.

Porém, no negócio de Lar, houve um crescimento acumulado até setembro de 4,3% (1,7 ponto percentual a mais do que o setor) e de 7,2% no caso de Comunidades, negócio em que a MAPFRE cresce mais do que o dobro do que o mercado. Além disso, os ramos de empresas registram um aumento nos prêmios de 7,5% nos nove primeiros meses deste ano.

Em Saúde e Acidentes, manteve-se um bom ritmo de crescimento, com um volume de prêmios de 686 milhões de euros, ou 3,4% a mais.

Os prêmios da MAPFRE VIDA ao final de setembro representaram 1,204 bilhão de euros (-36%), afetados pelo negócio de Vida-Poupança. Destaca-se, contudo, a boa evolução dos produtos de vida risco, que cresceram 2,2%. O patrimônio dos fundos de aposentadoria diminuiu em 1,1%, chegando a 5,421 bilhões de euros, enquanto os fundos de investimentos e outros ficaram em 3,679 bilhões, 2,2% a mais do que ao final de junho do ano passado.

 Na Área Regional Brasil, os prêmios nos nove primeiros meses deste ano representaram 2,374 bilhões de euros (-23%). Esta queda está muito condicionada à depreciação de 25% do real brasileiro. De fato, em moeda local, os prêmios cresceriam 2%. O lucro atribuído a essa área regional foi de 81 milhões de euros (+15%). É importante destacar também o aumento de 4,3 pontos percentuais da taxa combinada, que ao final de setembro estava em 86,8%.

 Em Latam Norte, os prêmios do negócio de seguros foram de 1,205 bilhão de euros, 23% a menos que nos nove primeiros meses do ano passado. Essa diferença foi influenciada, por um lado, pela ausência da apólice da PEMEX, que é bienal e foi emitida em junho de 2019, e, por outro, pela depreciação das principais moedas da região: peso mexicano (-10,8%) e peso dominicano (-10%). Entretanto, o lucro dessa área regional aumentou em 31% nos nove primeiros meses deste ano, chegando a 55 milhões de euros, e a taxa combinada melhorou significativamente (5,5 pontos percentuais), alcançando 90,3%.

No México, os prêmios representaram 601 milhões de euros (-45%) devido ao efeito da PEMEX. O lucro total líquido obtido no país mantém uma tendência positiva, crescendo em 31%, atingindo 26 milhões de euros.

A evolução da sub-região da América Central se destaca, com um crescimento de 28% no negócio, chegando a 604 milhões de euros, com um lucro de 29 milhões de euros (+30%). Nessa região, o destaque é a República Dominicana; seus prêmios superaram os 247 milhões de euros, mais que o dobro do que no mesmo período do ano passado, impulsionados pela incorporação do negócio de saúde da ARS Palic.

 Os prêmios da Área Regional Latam Sul corresponderam a 1,088 bilhão de euros no final de setembro, um valor que representa uma queda de 9%, e que está muito influenciada pela depreciação do peso argentino (-29,7%), do peso chileno (-15,4%), do peso colombiano (-12,9%) e do sol peruano (-4,9%). O resultado obtido nessa região aumentou em 13%, alcançando um lucro superior a 43 milhões de euros, com uma evolução positiva na taxa combinada, que ficou em 93%.

O Peru, com 17 milhões de euros, continua sendo o país da região mais representativo no lucro do Grupo, seguido pela Colômbia, com 7 milhões de euros, e Argentina, com um valor parecido.

 Na Área Regional América do Norte, os prêmios chegaram a 1,664 bilhão de euros, uma queda de 10%. O lucro, entretanto, registrou um crescimento de 2%, alcançando os 66 milhões de euros, e a taxa combinada também aumentou em 2 pontos percentuais, chegando a 97,7%.

Nos Estados Unidos, os prêmios alcançaram 1,349 bilhão de euros (-10%), consequência não apenas da crise da COVID-19, mas também da reestruturação do negócio na região. A estratégia baseada no crescimento rentável e a venda de um imóvel elevaram o lucro em 50%, chegando a 74 milhões de euros. Porto Rico, por sua vez, reduziu seu volume de prêmios em 6%, chegando a 295 milhões de euros. O prejuízo nesse país superou os 8 milhões de euros, consequência dos terremotos sofridos na primeira metade deste ano (26 milhões de euros).

 Os prêmios da Área Regional Eurásia entre janeiro e setembro deste ano representaram 1,123 bilhão de euros (-14%). A depreciação da lira turca (-17,4%) influenciou significativamente no volume de negócios da Turquia, que em euros caiu 25%, chegando a 249 milhões de euros. Apesar disso, o lucro do país foi de mais de 21 milhões de euros. Na Itália, o volume de negócios foi de 290 milhões de euros (-21%), enquanto que na Alemanha aumentou em 4%, chegando a 288 milhões de euros. Em Malta, os prêmios foram de 254 milhões de euros (-6%). Essa área regional mantém uma tendência positiva, com um lucro obtido de 31 milhões de euros, praticamente 10 vezes mais do que o resultado dos nove primeiros meses do ano passado. A taxa combinada também aumentou (8 pontos percentuais), chegando a 98,9%.

Os prêmios da MAPFRE RE no final dos nove primeiros meses deste ano foram de 4,219 bilhões de euros, o que representa um aumento de 3%, com um resultado negativo de 20 milhões de euros, devido basicamente aos sinistros da COVID-19.

O negócio ressegurador, por sua vez, fechou os nove primeiros meses do ano com prêmios de 3,209 bilhões (-3%) e um resultado negativo de 26 milhões, que se deve a um aumento da frequência catastrófica, com destaque para os sinistros derivados da COVID-19 (57 milhões de euros) e os terremotos em Porto Rico (32 milhões).

Por outro lado, os prêmios do negócio de Global Risks aumentaram em 30%, chegando a 1,010 bilhão de euros, com um resultado positivo de 6 milhões de euros.

Por último, as receitas da unidade de Assistência, ao final do mês de setembro, foram de 564 milhões de euros, o que representa um declínio de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. O prejuízo (-18 milhões de euros) corresponde principalmente à sinistralidade da cobertura de cancelamento de viagem devido à pandemia.

2. Dividendo:

O conselho de administração decidiu distribuir um dividendo por conta dos resultados do exercício 2020 de 5 centavos de euro brutos por ação. Esse dividendo será distribuído em 22 de dezembro. Este acordo foi celebrado atendendo às recomendações dos Órgãos de Fiscalização. Este acordo foi realizado tendo em consideração às recomendações dos Órgãos de Supervisão. Com esse pagamento, a empresa terá destinado no ano de 2020 um total de 416 milhões de euros como retribuição para os seus acionistas.

O lucro da MAPFRE nos nove primeiros meses do ano foi de 450 milhões de euros (-2,7%)

 

 

As Medidas Alternativas de Rendimento (MAR) utilizadas no relatório correspondem às medidas financeiras não definidas e não detalhadas no contexto das informações financeiras aplicáveis. Sua definição e cálculo podem ser consultadas diretamente no link