O lucro da MAPFRE nos nove primeiros meses do ano foi de 450 milhões de euros (-2,7%)
• O lucro do negócio de seguros cresceu mais de 7%.
• A Espanha, com um resultado de 328 milhões de euros, continua sendo o país contribui para o lucro do Grupo.
• Bom resultado da atividade seguradora nos principais mercados do Grupo: Estados Unidos (+50%), México (+31%) e Brasil (+15%).
• A receita do Grupo supera os 19,050 bilhões de euros (-11,9%), e os prêmios chegam a 15,550 bilhões (-11,9%), consequência da crise econômica mundial decorrente da COVID-19.
• A taxa combinada aumentou mais de um ponto percentual, e está em 95,2%.
• A taxa de solvência ficou em 184% em junho.
• A MAPFRE pagará um valor de dividendo a receber de 5 centavos por ação, o que significa um pagamento no ano de 2020 um total de 416 milhões de euros.
A MAPFRE implementou nesse período uma estratégia específica baseada em três princípios de proteção: garantir a saúde e bem estar dos funcionários e colaboradores, consolidar o compromisso com nossos assegurados e acionistas, e garantir a continuidade do nosso modelo de negócio baseado na solvência e força do capital.
Os efeitos da crise nas variáveis seguradoras são muito variados e complexos, mas, resumidamente, os mais relevantes são:
a) Queda no volume de negócio, devido à menor atividade econômica, depreciação de moedas e falta de incentivo em produtos de Vida-Poupança.
b) Melhora na margem asseguradora do negócio de Não Vida, com quedas na sinistralidade de automóveis que compensam o aumento nos ramos com sinistros de COVID-19.
c) Manutenção dos gastos, com reduções de custos operacionais e adiamentos de iniciativas de transformação que compensam gastos diretos da COVID-19.
d) Diminuição nas receitas financeiras, tanto de renda fixa como de renda variável.
As receitas da MAPFRE entre janeiro e setembro deste ano correspondem a 19,051 bilhões de euros, o que representa 11,9% a menos do que o mesmo período do ano passado, enquanto os prêmios caíram na mesma proporção (-11,9%), chegando a 15,550 bilhões de euros. A uma taxa de câmbio constante e descontando o efeito da apólice bienal da PEMEX (México), emitida em 2019, a redução do volume de prêmios seria de 3%.
O lucro foi de 450 milhões de euros, o que representa uma queda de 2,7% em relação aos nove primeiros meses de 2019. Além dos impactos mencionados anteriormente, alguns fatos extraordinários de montantes similares se destacam nos dois anos: os terremotos de Porto Rico em 2020, o tufão do Japão e a recuperação do ágio do negócio de Assistência em 2019.
A unidade de seguros, a principal do Grupo, registrou uma evolução positiva, resultando em um crescimento de 7,5%. A grande maioria dos países encerram o período com lucros. A Espanha continua sendo o país que mais contribui com os resultados do Grupo e destaca, também, o ritmo positivo de aportes ao lucro dos negócios no Brasil, América Latina e Estados Unidos, assim como a voa evolução da região da Eurásia, especialmente na Turquia.
A taxa combinada do Grupo ao final do mês de setembro foi de 95,2%, com uma melhora de 1,1 ponto percentual. Houve uma redução na sinistralidade, especialmente em Automóveis, em países como Espanha, Estados Unidos e Turquia, mesmo que tenha havido aumento em outros ramos, como em multirrisco empresarial e falecimentos na Espanha.
Os fundos próprios do Grupo representaram 8,412 bilhões de euros, 5% a menos que em dezembro do ano passado; porém, desde o final do primeiro trimestre, quando surgiram os primeiros impactos da COVID-19, aumentaram em 552 milhões. Já os ativos totais ficaram em 68,816 bilhões de euros, 5% a menos do que no fechamento de 2019, como consequência da queda dos mercados de ações, da desvalorização das moedas e da redução da atividade.
Também devido à evolução dos mercados, os investimentos do Grupo ao final de setembro deste ano chegaram a 51,621 bilhões de euros, 3,6% a menos que em dezembro do ano passado. 56% do total desses investimentos (28,856 bilhões de euros) fazem parte da renda fixa soberana, ao passo que 18,5% (9,536 bilhões de euros) são de renda fixa corporativa, e 5% (2.465 bilhões de euros) correspondem à renda variável.
A taxa de solvência em junho de 2020 ficou em 184%, com 86% de capital de máxima qualidade (nível 1), destacando a solidez e a resiliência do Grupo, além de sua capacidade de uma gestão contínua. Essa taxa mostra uma melhora de 6,6 pontos percentuais em relação a março, como consequência de um enfoque prudente de balanço e de uma gestão ativa de investimentos em um ambiente mais favorável.
1. Evolução do negócio:
Os prêmios da Área Regional Ibéria (Espanha e Portugal) entre janeiro e setembro deste ano corresponderam a 5,313 bilhões de euros, 11% a menos que o mesmo período do ano passado. O lucro dessa área regional foi de 334 milhões de euros (-4%), o que a torna o negócio que mais participa do resultado consolidado do Grupo. É importante destacar a boa evolução da taxa combinada, que está em 92,5%.
O negócio de seguros na Espanha contabilizou prêmios no valor de 5,211 bilhões de euros, 11% a menos que nos nove primeiros meses do ano passado. A redução se deve, principalmente, ao negócio Vida-Poupança, com uma redução de prêmios próxima a 700 milhões de euros, devido à interrupção na comercialização de determinados produtos, mas com pouco impacto no resultado. O negócio de Não Vida, por outro lado, cresceu 1%, chegando a 4,019 bilhões de euros, refletindo a boa evolução do negócio de saúde, comunidades, lar e empresas. É importante destacar a boa evolução da Verti, que teve um aumento de 7% nos prêmios, superando os 63 milhões de euros, com um lucro de 6 milhões de euros (em comparação com perdas de 2 milhões no mesmo período do ano anterior).
No ramo de automóveis, os prêmios sofreram uma redução de 3,9%, chegando a 1,657 bilhão de euros e produzindo também uma importante queda na taxa combinada (9,6 pontos percentuais), que chegou a 83,7%, consequência direta da diminuição da mobilidade.
Porém, no negócio de Lar, houve um crescimento acumulado até setembro de 4,3% (1,7 ponto percentual a mais do que o setor) e de 7,2% no caso de Comunidades, negócio em que a MAPFRE cresce mais do que o dobro do que o mercado. Além disso, os ramos de empresas registram um aumento nos prêmios de 7,5% nos nove primeiros meses deste ano.
Em Saúde e Acidentes, manteve-se um bom ritmo de crescimento, com um volume de prêmios de 686 milhões de euros, ou 3,4% a mais.
Os prêmios da MAPFRE VIDA ao final de setembro representaram 1,204 bilhão de euros (-36%), afetados pelo negócio de Vida-Poupança. Destaca-se, contudo, a boa evolução dos produtos de vida risco, que cresceram 2,2%. O patrimônio dos fundos de aposentadoria diminuiu em 1,1%, chegando a 5,421 bilhões de euros, enquanto os fundos de investimentos e outros ficaram em 3,679 bilhões, 2,2% a mais do que ao final de junho do ano passado.
Na Área Regional Brasil, os prêmios nos nove primeiros meses deste ano representaram 2,374 bilhões de euros (-23%). Esta queda está muito condicionada à depreciação de 25% do real brasileiro. De fato, em moeda local, os prêmios cresceriam 2%. O lucro atribuído a essa área regional foi de 81 milhões de euros (+15%). É importante destacar também o aumento de 4,3 pontos percentuais da taxa combinada, que ao final de setembro estava em 86,8%.
Em Latam Norte, os prêmios do negócio de seguros foram de 1,205 bilhão de euros, 23% a menos que nos nove primeiros meses do ano passado. Essa diferença foi influenciada, por um lado, pela ausência da apólice da PEMEX, que é bienal e foi emitida em junho de 2019, e, por outro, pela depreciação das principais moedas da região: peso mexicano (-10,8%) e peso dominicano (-10%). Entretanto, o lucro dessa área regional aumentou em 31% nos nove primeiros meses deste ano, chegando a 55 milhões de euros, e a taxa combinada melhorou significativamente (5,5 pontos percentuais), alcançando 90,3%.
No México, os prêmios representaram 601 milhões de euros (-45%) devido ao efeito da PEMEX. O lucro total líquido obtido no país mantém uma tendência positiva, crescendo em 31%, atingindo 26 milhões de euros.
A evolução da sub-região da América Central se destaca, com um crescimento de 28% no negócio, chegando a 604 milhões de euros, com um lucro de 29 milhões de euros (+30%). Nessa região, o destaque é a República Dominicana; seus prêmios superaram os 247 milhões de euros, mais que o dobro do que no mesmo período do ano passado, impulsionados pela incorporação do negócio de saúde da ARS Palic.
Os prêmios da Área Regional Latam Sul corresponderam a 1,088 bilhão de euros no final de setembro, um valor que representa uma queda de 9%, e que está muito influenciada pela depreciação do peso argentino (-29,7%), do peso chileno (-15,4%), do peso colombiano (-12,9%) e do sol peruano (-4,9%). O resultado obtido nessa região aumentou em 13%, alcançando um lucro superior a 43 milhões de euros, com uma evolução positiva na taxa combinada, que ficou em 93%.
O Peru, com 17 milhões de euros, continua sendo o país da região mais representativo no lucro do Grupo, seguido pela Colômbia, com 7 milhões de euros, e Argentina, com um valor parecido.
Na Área Regional América do Norte, os prêmios chegaram a 1,664 bilhão de euros, uma queda de 10%. O lucro, entretanto, registrou um crescimento de 2%, alcançando os 66 milhões de euros, e a taxa combinada também aumentou em 2 pontos percentuais, chegando a 97,7%.
Nos Estados Unidos, os prêmios alcançaram 1,349 bilhão de euros (-10%), consequência não apenas da crise da COVID-19, mas também da reestruturação do negócio na região. A estratégia baseada no crescimento rentável e a venda de um imóvel elevaram o lucro em 50%, chegando a 74 milhões de euros. Porto Rico, por sua vez, reduziu seu volume de prêmios em 6%, chegando a 295 milhões de euros. O prejuízo nesse país superou os 8 milhões de euros, consequência dos terremotos sofridos na primeira metade deste ano (26 milhões de euros).
Os prêmios da Área Regional Eurásia entre janeiro e setembro deste ano representaram 1,123 bilhão de euros (-14%). A depreciação da lira turca (-17,4%) influenciou significativamente no volume de negócios da Turquia, que em euros caiu 25%, chegando a 249 milhões de euros. Apesar disso, o lucro do país foi de mais de 21 milhões de euros. Na Itália, o volume de negócios foi de 290 milhões de euros (-21%), enquanto que na Alemanha aumentou em 4%, chegando a 288 milhões de euros. Em Malta, os prêmios foram de 254 milhões de euros (-6%). Essa área regional mantém uma tendência positiva, com um lucro obtido de 31 milhões de euros, praticamente 10 vezes mais do que o resultado dos nove primeiros meses do ano passado. A taxa combinada também aumentou (8 pontos percentuais), chegando a 98,9%.
Os prêmios da MAPFRE RE no final dos nove primeiros meses deste ano foram de 4,219 bilhões de euros, o que representa um aumento de 3%, com um resultado negativo de 20 milhões de euros, devido basicamente aos sinistros da COVID-19.
O negócio ressegurador, por sua vez, fechou os nove primeiros meses do ano com prêmios de 3,209 bilhões (-3%) e um resultado negativo de 26 milhões, que se deve a um aumento da frequência catastrófica, com destaque para os sinistros derivados da COVID-19 (57 milhões de euros) e os terremotos em Porto Rico (32 milhões).
Por outro lado, os prêmios do negócio de Global Risks aumentaram em 30%, chegando a 1,010 bilhão de euros, com um resultado positivo de 6 milhões de euros.
Por último, as receitas da unidade de Assistência, ao final do mês de setembro, foram de 564 milhões de euros, o que representa um declínio de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. O prejuízo (-18 milhões de euros) corresponde principalmente à sinistralidade da cobertura de cancelamento de viagem devido à pandemia.
2. Dividendo:
As Medidas Alternativas de Rendimento (MAR) utilizadas no relatório correspondem às medidas financeiras não definidas e não detalhadas no contexto das informações financeiras aplicáveis. Sua definição e cálculo podem ser consultadas diretamente no link