MAPFRE
Madrid 2,276 EUR 0,03 (+1,16 %)
Madrid 2,276 EUR 0,03 (+1,16 %)

SUSTENTABILIDADE | 08.01.2021

Soluções para criar as cidades do futuro

ethic

Ethiclab

No ano 2000, havia 6,07 bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo, segundo a ONU. Essa população é exatamente o que as cidades terão em 30 anos, em 2050. Embora a urbanização tenha suas vantagens, ela também traz vários inconvenientes: poluição, superpopulação, problemas de habitação e elevadas taxas de pobreza; desperdício de água e energia, que ampliam o impacto ambiental no nosso planeta e promovem as desigualdades entre os mais ricos e os mais pobres.

Como vamos viver nas cidades de amanhã? Não dessa forma. Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, os desafios concebidos em 2015 para erradicar a pobreza e proteger o planeta, é conseguir que a vida na cidade seja sustentável, que se abasteça sozinha e que garanta sua continuidade no tempo. Você sabe como? Continue lendo.

Países Baixos e sua revolução vertical: um exemplo a seguir

A agricultura consome 87% da água utilizada no mundo, e a pecuária na Espanha utiliza, em um único ano, a mesma quantidade que todas as residências juntas durante duas décadas. Em 2050, mais de 9 bilhões de pessoas terão que ser alimentadas, de acordo com os cálculos das Nações Unidas. Então, tire suas próprias conclusões. Com o objetivo de reduzir o consumo de água e de superfície, os Países Baixos plantaram a primeira semente em busca de uma agricultura sustentável e conseguiram se tornar “o celeiro do mundo”. Como? Eliminando pesticidas, desfazendo-se dos antibióticos para os animais, usando painéis solares, dando grilos às vacas em vez de soja e aproveitando muito bem o espaço, sendo capaz de produzir mais tomates por quilômetro quadrado do que qualquer outro país do mundo. Além disso, preparou o caminho para as culturas verticais, nas paredes, para reduzir o uso excessivo de água.

Cidades que se abrem aos seus habitantes

Nos meses mais difíceis do isolamento, assistimos à diminuição do trânsito nas cidades e, como seria de esperar, da poluição. Isto evidenciou a urgência de colocar os cidadãos no centro do urbanismo e da mobilidade. Medidas como a ampliação das ciclovias, a promoção da utilização da bicicleta com um bom sistema público de locação, a ampliação das frequências dos transportes públicos ou a concepção da “cidade dos 15 minutos” – em que serviços, escolas, mercados e estações estão a essa distância a pé – proporcionaram cidades mais abertas e inclusivas.

Espaço em mudança

Uma cidade onde vivem e se movimentam milhares de pessoas não pode ser sempre igual. Grandes cidades, como Vancouver (Canadá), Nova York (Estados Unidos) ou Melbourne (Austrália), começaram a adaptar seus espaços urbanos para obter “mais com menos”, utilizando os mais recentes avanços da arquitetura para construir edifícios que ocupam menos área urbana e acolhem confortavelmente mais pessoas, concebendo zonas multiuso ou ampliando áreas verdes e locais para pedestres.

Eficiência energética

As cidades sustentáveis precisam de energia renovável e de autoconsumo, como os painéis solares, e também de eficiência energética, consumindo o mínimo de energia possível. Aqui, está em jogo principalmente a reabilitação energética dos edifícios, tanto os residenciais como construções administrativas. Na Espanha, tendemos a construir com materiais que não ajudam a reter a energia ou que não a isolam, o que nos obriga a consumir muito mais do que aquilo de que precisamos — especialmente aquecimento e ar condicionado.

Favorecimento do consumo local

Nas cidades, há uma quantidade de lojas e preços baratos que nos convidam a comprar, embora não necessitemos, produtos que, além de tudo, vêm de muito longe e poluíram muito durante seu transporte. Uma “cidade verde” envolve o consumo local, comprando perto e contemplando a reutilização e o consumo responsável, promovendo aquilo que conhecemos como uma economia circular.

Tudo isso depende mais das instituições do que dos cidadãos. No entanto, como parte da cidade, você também pode contribuir para torná-la mais verde dentro de alguns anos. Consuma itens de segunda mão, não desperdice recursos, recicle, diminua o uso de plástico e tente fazer a lista de compras com produtos que você saiba que vêm de perto.