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SEGUROS | 06.11.2023

O seguro contribui para uma agricultura mais resiliente

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Pode ser um instrumento eficaz para ajudar a aliviar as perdas decorrentes da emergência climática no setor agrícola, já que traz estabilidade à produção agropecuária.

Ciclones, tempestades, gota fria, chuvas torrenciais, granizo, fortes nevascas, raios, tempestades de vento, tornados e enchentes. Além de secas, ondas de frio e calor ou incêndios. São riscos que ameaçam as explorações agrícolas, a pecuária ou a silvicultura, comprometendo uma das atividades necessárias em qualquer sociedade: a produção de alimentos. Esse risco que pode ser minimizado ou transferido para terceiros com a ajuda de instrumentos como o seguro agrícola.

O seguro agrícola, também chamado de seguro agropecuário, é um mecanismo que ajuda o produtor a proteger seus investimentos no cultivo ou na produção animal, por meio de uma apólice adquirida junto às seguradoras. Estão cobertos os riscos que vêm do céu, ou seja, os riscos meteorológicos, de incêndios e de determinadas doenças que não podem ser controladas por ação humana e não cobrem os riscos econômicos que, infelizmente, são os mais frequentes.

Campo de cultivo

Alguns exemplos desse tipo de seguro são:

  • Seguros de danos ou combinados: cobrem os danos produzidos nos riscos seguráveis em função da localização da exploração, das espécies que são cultivadas, etc. Algumas das coberturas combinadas que oferecem são incêndio, geada, chuva, neve, granizo, vento, etc. cobrem a perda de rendimentos que pode ocorrer por qualquer adversidade climatológica, que não possa ser controlada pelo agricultor, incluindo entre elas a seca e a geada. Por exemplo, existem seguros de rendimentos para olival, amendoal, vinhedo ou plantação de cereais.
  • Seguros integrais: cobrem a perda de produção causada por fenômenos que normalmente não podem ser controlados pelo agricultor, como granizo, incêndio ou seca.
  • Seguros pecuários: nesse tipo de seguros, podem ser cobertos danos de natureza climática ou outros fenômenos excepcionais, como:
    • Acidentes e doenças em animais.
    • Abate obrigatório de animais.
    • Despesas derivadas da destruição de carcaças de animais.
    • Compensação por falta de pastagens.

Assistimos a uma maior intensidade e frequência de desastres naturais em todo o planeta. Portanto, cada país ou região econômica está tentando prever e mitigar seus efeitos. A gestão desses riscos tornou-se uma necessidade, e, dentro dessa análise, o seguro é uma medida eficaz para mitigar seus efeitos e superar essas situações.

Se a gestão de riscos é fundamental em qualquer atividade, é ainda mais importante na agricultura, que é operada a céu aberto. Uma agricultura protegida significa maior garantia de disponibilidade de alimentos, além disso, é uma maneira de garantir a permanência da população das áreas rurais.

Em muitos países, como Espanha, Canadá ou Estados Unidos, o seguro agrícola é subsidiado pelo governo. Para ser atraente ao agricultor ou pecuarista, o Estado e a seguradora, a apólice precisa atender às necessidades caso o risco se materialize e ocorra um sinistro.

Cada país tem um modelo de proteção no âmbito de sua política agrícola para salvaguardar as culturas e produções pecuárias com diferentes linhas de seguro e opções de contratação em cada uma delas.

Essa proteção está ligada ao aproveitamento de todas as oportunidades oferecidas pela tecnologia para facilitar o fechamento de contratos e gerenciar, com a máxima agilidade e precisão, a quantificação dos danos ocorridos e o pagamento das indenizações correspondentes.

O modelo espanhol como referência internacional

Na Espanha, diante dos riscos naturais que afetam a agricultura e a pecuária, o Seguro Agrário Combinado oferece, desde 1980, um sistema de cobertura com base em um pool de cosseguro de seguradoras privadas (Agroseguro) e o Consorcio de Compensación de Seguros, que atua como ressegurador.

O Agroseguro (sigla para “Agrupación Española de Entidades Aseguradoras de los Seguros Agrarios Combinados”) é responsável por gerenciar os seguros agrícolas combinados em nome das seguradoras participantes do pool, incluindo a MAPFRE, e contribui para o desenvolvimento econômico e social do setor agrícola.

Em quatro décadas de existência, o Sistema Espanhol de Seguros Agrários tornou-se uma referência internacional, a ponto de a União Europeia denominá-lo como o melhor modelo na proteção da Agricultura contra riscos climáticos.

O seguro agropecuário na Espanha atinge um prêmio total de mais de 850 milhões de euros e um capital segurado de mais de 16 bilhões em 2022, e as frutas compõem a principal linha. Estima-se que 90% dos fruticultores estejam cobertos em caso de sinistros como os descritos no relatório.

Agronegócio no Brasil

Além da Espanha, a MAPFRE oferece seguros agrícolas na América Latina, com ênfase especial no Brasil, onde a empresa detém a liderança com mais de 60% de participação no mercado nesse tipo de seguro, seguido por México, Argentina, Uruguai, Paraguai ou Colômbia.

O negócio agrícola representa por volta de 40% das exportações do Brasil, principalmente soja, carne e cereais. Neste país, um dos maiores exportadores agrícolas segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o negócio agrícola é um dos principais pilares econômicos.

Um dos maiores riscos que esse setor enfrenta são as perdas devido às consequências climáticas, que podem resultar em prejuízos milionários, segundo estimativas recentes feitas na conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.

A MAPFRE opera neste segmento há mais de 15 anos no Brasil, com uma carteira de seguros aplicável a mais de 60 culturas e soluções seguradoras que protegem a propriedade rural, a maquinaria e orientadas a melhorar a vida dos produtores.

Por isso é importante que empresas como a MAPFRE continuem a implantar soluções específicas para o campo e a pecuária, juntamente com o governo, que deve criar incentivos para proteger os pecuaristas e agricultores.

Agritech: Aplicativos e tecnologia para gestão de riscos

A agricultura, como todos os setores, está cada vez mais digitalizada, e os produtores recorrem à alta tecnologia e aos aplicativos não somente para reduzir processos redundantes graças à automação ou melhorar a produtividade, mas também para aprimorar a detecção e o gerenciamento de riscos.

Nos últimos anos, começaram a surgir inovações tecnológicas aplicadas ao campo no âmbito da robótica. É o caso do VineScout, um robô autônomo abastecido por energia solar que registra métricas importantes, como temperatura da folha e disponibilidade de água.

Ou então, mediante o uso da inteligência artificial e do Big Data. Como é o caso da startup agritech israelita Trellis, que usa IA para analisar dados e prever o rendimento da produção e o tempo ideal de colheita.

* Conforme destacado no relatório da Comissão Europeia (2017) Insurance of weather and climate-related disaster risk: Inventory and analysis of mechanisms to support damage prevention in the EU.