ECONOMIA| 11.01.2020
A MAPFRE Economics prevê uma retomada da economia mundial de 4,5% para este ano
A MAPFRE Economics, o Serviço de Estudos da MAPFRE, prevê que a economia mundial sofrerá uma retomada de 4,5%, em média, em 2021, e que a atividade econômica voltará ao normal em meados do terceiro trimestre deste ano, embora, em seu conjunto, o mundo não recuperará o que se perdeu na crise até meados de 2022. Além disso, a retomada acontecerá com grandes diferenças regionais. As informações são apresentadas no relatório Panorama econômico e setorial de 2021: perspectivas para o primeiro trimestre, elaborado pela MAPFRE Economics e publicado pela Fundación MAPFRE. “A recuperação do nível do PIB de 2019 chegará mais cedo nos países que mais ofereceram apoio aos rendimentos em 2020 e 2021. Os EUA estão em primeiro lugar, seguidos pelo Brasil. As outras regiões ou países (União Europeia, América Latina e Espanha) estão muito atrás, em razão de sua estrutura produtiva e da natureza dos estímulos recebidos”, afirmam os especialistas.
• O PIB global não recuperará as perdas com a crise da Covid-19 até meados de 2022
• O Serviço de Estudos da MAPFRE acredita que os Estados Unidos e o Brasil serão os primeiros países a recuperar os níveis do PIB pré-pandemia
• Os economistas alertam para o grande endividamento global, com um nível recorde de 356% na taxa da dívida em relação ao PIB
A MAPFRE Economics, o Serviço de Estudos da MAPFRE, prevê que a economia mundial sofrerá uma retomada de 4,5%, em média, em 2021, e que a atividade econômica voltará ao normal em meados do terceiro trimestre deste ano, embora, em seu conjunto, o mundo não recuperará o que se perdeu na crise até meados de 2022. Além disso, a retomada acontecerá com grandes diferenças regionais. As informações são apresentadas no relatório Panorama econômico e setorial de 2021: perspectivas para o primeiro trimestre, elaborado pela MAPFRE Economics e publicado pela Fundación MAPFRE. “A recuperação do nível do PIB de 2019 chegará mais cedo nos países que mais ofereceram apoio aos rendimentos em 2020 e 2021. Os EUA estão em primeiro lugar, seguidos pelo Brasil. As outras regiões ou países (União Europeia, América Latina e Espanha) estão muito atrás, em razão de sua estrutura produtiva e da natureza dos estímulos recebidos”, afirmam os especialistas.
A América Latina tem sido a região mais afetada pela Covid, tanto pela demora da resposta econômica (pouco espaço fiscal) quanto pela baixa preparação na área da saúde e pelos desequilíbrios e vulnerabilidades existentes (economias fracas, vulnerabilidades externas, dependência do ciclo de matérias-primas e do setor turístico). “Houve uma redução permanente das expectativas de crescimento, de 3%, propostas há um ano, para -8,1% hoje”, afirma o relatório. “A pobreza aumentou de 23% para 30% da população, quase 3 milhões de PME fecharam e foram perdidos aproximadamente 9 milhões de empregos. O crescimento per capita da América Latina estagnou desde 2015 e, após a crise atual, espera-se que o rendimento per capita recupere o nível de 2015 em 2025”, conclui.
O Brasil é o segundo país que se recupera no cenário central abrangido pelo Serviço de Estudos, dada a relativa frouxidão de suas medidas no auge dos contágios e porque as medidas, assim como nos Estados Unidos, tiveram uma forte componente de transferência de rendimentos no início da crise (os rendimentos disponíveis aumentaram nos EUA, apesar da queda do PIB). A partir de 2021, uma das questões mais importantes será a continuidade dos auxílios de emergência chamados “Coronavoucher”, insustentáveis do ponto de vista fiscal. Assim, a equipe de Bolsonaro precisará encontrar uma fórmula para evitar uma interrupção abrupta que provoque um grande impacto na economia. Com isso, a MAPFRE Economics espera que o PIB volte a atingir 3,2% este ano, após uma queda estimada de 4,7% em 2020, e que chegue em 2,7% em 2022.
No caso do México, os economistas baseiam-se na hipótese de que as exportações e parte dos investimentos serão recuperados, provocando um impulso no PIB de 3,4%, este ano, e de 2%, em 2022. “Os riscos de queda para a economia do México concentram-se principalmente no atraso na resolução da pandemia e no consequente impacto sobre o consumo, bem como na pequena dimensão do pacote de ajudas públicas, o que reduzirá a recuperação”, explicam. “Além disso, a recuperação de seu contexto externo, especialmente dos EUA, e a recuperação dos preços do petróleo serão fundamentais. O risco de que os investimentos demorem para ser recuperados também precisa ser levado em conta, visto que, desde 2019, eles já estavam em processo de redução”, acrescenta.
Estados Unidos e Eurozona
Para os EUA, uma economia que, de acordo com a MAPFRE Economics, irá recuperar os níveis de PIB pré-pandemia já no final deste ano, espera-se um crescimento de 3,9% em 2021, superior aos 3,3% estimados no trimestre anterior e dos 2,8% em 2022. Apesar das tensões crescentes que se seguiram aos últimos acontecimentos no Capitólio, os mercados financeiros mantiveram-se estáveis. Nesse sentido, as compras de ativos pelo Federal Reserve (Fed) ajudaram a promover o bom funcionamento do mercado e as condições financeiras ajustáveis, possibilitando o apoio ao fluxo de crédito para as famílias e as empresas. Ao avaliar a posição adequada da política monetária, o Comitê de política monetária continuará avaliando os dados econômicos e sua influência nas perspectivas.
Com o novo presidente, espera-se uma reversão das políticas protecionistas dos EUA, com um menor confronto com a China, que, por outro lado, não vinha cumprindo o tratado comercial assinado, e menos animosidade com a União Europeia, tanto comercialmente quanto em relação à OTAN. “Espera-se também um retorno dos EUA aos acordos de Paris sobre o clima”, afirma. “Em termos geopolíticos, ficaremos atentos à posição da nova administração a respeito da presença militar em conflitos do Oriente Médio, e estamos preparados para nos surpreender com a retomada do financiamento à OMS”, acrescentam.
Para a Eurozona, como um todo, a MAPFRE Economics espera um crescimento de 5% em 2021 e de 4,7% em 2022. Ao que tudo indica, no segundo semestre de 2021 os fundos europeus começarão a ser ativados, e uma maior proporção da população começará a ser imunizada. “À medida que os meses avançam, a experiência adquirida em nível médico também proporcionará um aumento da eficácia das curas. A combinação entre profilaxia (vacinas) e aumento da eficácia de curas e tratamentos precoces promoverá reduções nas taxas de mortalidade e permitirá um retorno gradual à normalidade”, acrescentam.
Os riscos para a economia da Eurozona são os surtos de pandemia recorrentes que obriguem a novas restrições, ou a lentidão na normalização das atividades por conta de um programa de vacinação implantado mais tardiamente que o previsto. A recuperação das exportações também é vital, o que depende também dos níveis de atividades de seus parceiros comerciais. Além disso, a Eurozona será afetada pelo Brexit, que resultará em diferentes tipos de problemas no comércio e nas cadeias de produção. A capacidade de mobilização dos fundos de auxílio é outra incerteza, pois a profundidade dos danos causados pela crise ao setor empresarial, ao emprego e ao setor financeiro ainda está por vir.
Riscos para a economia mundial
Contudo, esta visão central enfrenta enormes desafios decorrentes das cicatrizes de uma crise sem precedentes ocorrida em um contexto de desequilíbrios e vulnerabilidades globais. Embora, em alguns casos, a Covid possa funcionar como um acelerador de correções, na maioria dos casos, elas representará uma pressão adicional sobre o nosso cenário de riscos. “Embora o aparecimento das vacinas reduza a probabilidade de ocorrência precoce de alguns desses riscos, evitar os custos com: a) contas fiscais, b) desequilíbrios financeiros acumulados, c) problemas da estagnação, d) envelhecimento, e) mudanças climáticas e f) deterioração social decorrente do desemprego estrutural e do aumento das desigualdades sociais etc., será audacioso”, apontam.
Entre esses riscos, a equipe de economistas destaca o forte endividamento que causou a recessão, levando à taxa da dívida/PIB mundial a um novo patamar histórico de 356% no terceiro trimestre de 2020, contra 322% do quarto trimestre de 2019. No caso dos mercados emergentes, o maior impulso foi registrado no setor privado não financeiro (empresas e, em menor medida, famílias), enquanto nos mercados desenvolvidos a maior contribuição foi realizada no setor financeiro e nos governos. Em geral, a inércia em relação a uma maior alavancagem com a perturbação pela Covid-19, acompanhada de uma flexibilidade monetária e generalizada, prevalece em um ambiente de incerteza, cuja estabilização do serviço, no longo prazo, não é esperada até 2021.
Consulte a versão completa do relatório do Panorama aqui.