ECONOMIA | 22.10.2024
O negócio segurador na América Latina atinge 203.354 milhões de dólares em 2023, um aumento de 17,1%
- Em um ano muito positivo para o setor, os prêmios mostram crescimentos reais em quase todos os países da região, impulsionados pelos ramos de Automóveis e danos em Não Vida e pelos produtos da economia e rendas em Vida.
- MAPFRE Economics estima que o mercado potencial de seguros na América Latina alcança cerca de 504.700 milhões de dólares, representando 2,5 vezes o tamanho atual, uma diferença que é maior nos seguros de Vida.
Em 2023, o mercado segurador na América Latina aumentou 17,1%, chegando a 203.354 milhões de dólares (aproximadamente 186.500 milhões de euros com a taxa de câmbio atual), conforme o último relatório da MAPFRE Economics (Versão espanhola), o Serviço de Estudos da MAPFRE, que examina o desempenho de uma região onde a seguradora lidera o negócio de Não Vida e é o maior grupo multinacional.
O setor segurador latino-americano “teve um comportamento muito positivo” em 2023, conforme indicado pelo estudo da MAPFRE Economics, apesar do crescimento econômico moderado da região (2,2% de avanço do PIB em comparação com 4% do ano anterior). Tanto Vida quanto Não Vida cresceram no mesmo ritmo de 17,1%.
Os maiores impulsionadores do crescimento em Não Vida foram o seguro de Automóveis, com um aumento de 21,9% nos prêmios, e o de Incêndios e/ou linhas aliadas (a principal modalidade de seguro de danos), que registrou um aumento de 24%. Em Vida, os produtos da economia e as rendas vitalícias apresentaram os maiores crescimentos, impulsionados pelas altas taxas de juros. Graças a isso, os seguros de Vida individual e coletivo elevaram seus prêmios em 17,6%.
Embora parte do crescimento tenha resultado da valorização das divisas latino-americanas, o desempenho do setor em moeda local também foi muito positivo, com aumentos reais em quase todos os países analisados. Argentina (+17,2%), República Dominicana (+14,3%) e México (+11,2%) lideraram os aumentos de prêmios no setor segurador, enquanto El Salvador (-9,3%) e Colômbia (-4,1%) foram os únicos que retrocederam, medidos em termos reais.
No que se refere à rentabilidade do negócio segurador, o resultado geral do setor na América Latina melhorou 56,4% em 2023, alcançando 15.599,4 milhões de dólares (aproximadamente 14.335 milhões de euros). MAPFRE Economics sublinha que este aspecto continua melhorando, após o retrocesso ocorrido com a pandemia nos anos 2020 e 2021. Ressalta o importante crescimento do resultado dos dois maiores mercados, Brasil e México, que geraram 7.319 e 3.743 milhões de dólares em lucros, respectivamente, além de outros mercados com volume significativo total, como Argentina, Colômbia e Peru.
Tendências estruturais do setor segurador
Em 2023, o índice de penetração (relação entre os prêmios e o PIB) dos seguros ficou em 3,1%, 0,13 pontos percentuais acima do ano anterior e 0,43 pontos percentuais a mais em comparação a uma década atrás. Este indicador, que mostra o peso dos seguros no total da economia, é especialmente alto em Porto Rico (17,7%), porque contabiliza os seguros de saúde para a população idosa e de baixa renda que são financiados pelo governo. Após o país caribenho, Chile (4,7%), Argentina (3,2%) e Colômbia (3,2%) apresentaram os maiores níveis de penetração do seguro.
Em 2023, a densidade dos seguros (prêmios per capita) na América Latina foi de 324,3 dólares (aproximadamente 298 euros), um crescimento de 16,3% em relação a 2022, impulsionado pelo avanço dos prêmios e pela valorização das moedas locais em relação ao dólar. Desse valor, o segmento de Não Vida concentra 187,1 dólares por pessoa, enquanto o de Vida totaliza 137,2 dólares.
Finalmente, MAPFRE Economics estima a Brecha de Proteção do Seguro (BPS) com base no volume de seguro disponível e na cobertura que seria economicamente necessária e benéfica para a sociedade. Nesse sentido, o mercado potencial de seguros na América Latina foi de 504.700 milhões de dólares (aproximadamente 463.000 milhões de euros), representando um valor 2,5 vezes superior ao volume atual. Portanto, a brecha de proteção atingiu 301.300 milhões de dólares (276.000 milhões de euros), um aumento de 11,5% em relação à estimativa de 2022. 62% da BPS corresponde aos seguros de Vida, com um peso relativo menor que o de economias mais desenvolvidas.