SEGUROS | 05.11.2025
O negócio segurador latino-americano cresceu em 5,8% e se situa em 215,100 bilhões de dólares
- Os prêmios de Vida (+8,7%) aumentaram a um ritmo maior que os de Não Vida (3,7%) em 2024, em um ano de moderação do crescimento para o setor.
- O consumo médio de seguros ficou em 340,7 dólares por cada latino-americano, 5% superior ao registrado há um ano.
- O setor segurador latino-americano representa 2,8% do total global, embora sua economia atinja 8% do conjunto mundial.
O mercado segurador latino-americano se expandiu em 5,8% em 2024, totalizando 215,100 bilhões de dólares (cerca de 186,750 bilhões de euros na cotação atual), conforme o último relatório da MAPFRE Economics, o Serviço de Estudos da MAPFRE. Portanto, os prêmios de seguros exibiram uma moderação da tendência de alta, após um forte incremento de 17,1% no ano anterior.
Entre os motivos dessa menor elevação dos seguros na América Latina, região na qual a MAPFRE é o maior grupo segurador multinacional, incluem-se o efeito base, visto que a comparação é feita com 2023, um ano de importantes atualizações de tarifas em função da inflação; o reduzido dinamismo econômico de países-chave como o Brasil e o México, que afetou a demanda de seguros, em particular os de Não Vida; e as taxas de câmbio, que em 2024 foram negativas para as moedas latino-americanas, o que diminui o valor dos prêmios em dólares.

Contudo, a MAPFRE Economics observa um “crescimento saudável, apesar do cenário complexo de escasso crescimento econômico”, com aumentos em moeda local notavelmente superiores à inflação. Em termos reais (em moedas locais e descontando a inflação), os países que experimentaram uma maior expansão de seu setor segurador foram Uruguai (25,8%), República Dominicana (13,6%) e México (11,2%). A exceção foi a Argentina, único país em que os prêmios recuaram em termos reais (-13,1%).
Considerando os ramos, o principal impulsionador regional do setor segurador foi o segmento de Vida, com um aumento de 8,7% avaliado em dólares. Essa linha de negócio foi beneficiada mais uma vez por um contexto favorável, embora um pouco mais complexo, para o desenvolvimento de produtos de Vida Economia e rendas vitalícias, com taxas de juros geralmente menos restritivas e consideravelmente superiores à inflação, que se manteve mais controlada que nos anos anteriores.
No segmento de Não Vida, os ramos mais ativos foram os de Acidentes pessoais, com um crescimento de 8,9%, e o de Saúde, com 8,4%. Automóveis, o ramo com maior participação de mercado (17,3%), apresentou um aumento mais contido de 2,6%, em consonância com o baixo crescimento econômico da região. Os seguros de Incêndios e/ou linhas afins registraram um incremento de 4,1%.
No que diz respeito à rentabilidade do setor, em 2024 ela se fixou em 14.460,9 milhões de dólares, o que representa uma queda de 7,4% em comparação com o ano anterior, apesar de a MAPFRE Economics esclarecer que 2023 foi um ano “excepcional” e, de qualquer modo, este resultado está acima dos patamares pré-pandemia. México, Colômbia e Peru assinalaram maiores lucros do que no ano passado, enquanto no Brasil ou no Chile estes foram menores do que em 2023.
Tendências estruturais do setor
Em 2024, o índice de penetração (relação entre os prêmios e o PIB) dos seguros ficou em 3,2%, 0,1 ponto percentual acima do ano anterior. Este indicador, que mostra o peso dos seguros no total da economia, é especialmente alto em Porto Rico (18,2%), porque inclui os seguros de saúde para a população de baixa renda que são financiados pelo governo. Depois do país caribenho, Chile (4,6%), Uruguai (3,6%), Brasil (3,3%) e Colômbia (3,3%) apresentaram os maiores níveis de penetração do seguro.
Em 2024, a densidade dos seguros (prêmios per capita) na América Latina ficou em 340,7 dólares (cerca de 296 euros), 5% a mais do que em 2023. A maior parte desse consumo médio de seguros continua centralizada nos produtos de Não Vida, nos quais se investem 192,6 dólares por habitante.
Por fim, a MAPFRE Economics atualiza em 315,945 bilhões de dólares o cálculo, até 2024, da Lacuna de Proteção do Seguro (BPS), baseada no volume de seguro existente e na cobertura que seria economicamente necessária e benéfica para a sociedade, 4,2% superior à estimada no ano anterior. 60,2% da BPS corresponde aos seguros de Vida, com um peso relativo inferior ao existente nas economias mais desenvolvidas. Dessa forma, o mercado potencial de seguros na América Latina foi de 531,100 bilhões de dólares (cerca de 461 bilhões de euros), 2,5 vezes maior do que o volume atual.
Você pode consultar o relatório completo aqui.
