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SUSTENTABILIDADE | 05.12.2025

O poder de ajudar: quando o voluntariado transforma o mundo

Rafael Hernández

Rafael Hernández

 

Dedicar tempo a outras pessoas é um dos gestos mais valiosos de nossa época. Ser voluntário não é apenas um ato de solidariedade, mas uma maneira de construir comunidade, mitigar desigualdades e gerar esperança.

Em um cenário marcado pelas contínuas desigualdades, uma crise climática que requer respostas urgentes, o envelhecimento populacional ou os deslocamentos forçados, a participação em causas sociais já não é apenas um gesto altruísta, mas um exercício de corresponsabilidade com o planeta e com quem o habita. Apesar das dificuldades para avaliar seu alcance, o último relatório elaborado por Voluntários das Nações Unidas e pelo PNUD demonstra que 15% da população mundial com mais de 15 anos, quase um bilhão de pessoas, participa de atividades de voluntariado.

15% da população mundial com mais de 15 anos, quase um bilhão de pessoas, participa de atividades de voluntariado

70% ocorre de forma informal, ou seja, fora de organizações estabelecidas, seja em escolas, hospitais, associações de bairro, iniciativas ambientais ou acompanhando aqueles que passam por momentos complexos. Uma rede silenciosa, mas decisiva, confirma que estamos diante de uma das forças sociais mais valiosas para o desenvolvimento sustentável. A definição aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2002 continua plenamente vigente: o voluntariado é ‘uma ampla gama de atividades, incluindo formas tradicionais de apoio mútuo e autoajuda, a prestação oficial de serviços e outras formas de participação cívica, realizadas voluntariamente, em benefício da sociedade como um todo e sem que a remuneração econômica seja o principal fator de motivação.’ Uma definição que captura sua essência de vontade livre, comprometida e altruísta de contribuir para o bem comum.

 

VOLUNTARIADO

O voluntariado como impulsionador dos ODS

Não é por coincidência que o voluntariado tem um papel relevante na Agenda 2030. As Nações Unidas o definem como um “acelerador transversal” para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela sua capacidade de mobilizar a cidadania e intensificar o impacto das iniciativas públicas e privadas. Muitos dos ODS requerem atitudes de longo prazo e mudanças no comportamento, como, por exemplo, a forma em que convivemos ou em que consumimos. Os voluntários possibilitam a mudança de mentalidade ao criar consciência ou defender estas mudanças e servir de inspiração para outras pessoas. A Agenda 2030 reconhece explicitamente os grupos de voluntários como elementos-chave para alcançar os 17 ODS. Nesse sentido, o Secretário Geral da ONU sublinhou que o voluntariado pode ser um propulsor na implementação dos ODS, ao incentivar a participação social, conectar governos e comunidades e transferir os objetivos mundiais para ações concretas em escala local. Além disso, a Assembleia Geral endossou um plano de ação para integrar o voluntariado nas políticas de paz e desenvolvimento até 2030, com uma perspectiva estratégica de longo prazo alinhada com a Agenda 2030. O voluntariado fortalece o compromisso cívico, protege a inclusão social, reforça a solidariedade e solidifica o sentido de pertencimento dos resultados de desenvolvimento.

O compromisso da MAPFRE

Na MAPFRE, concebemos o voluntariado como uma ponte entre nossa cultura corporativa e as necessidades concretas das comunidades com as quais interagimos. É uma maneira direta de transformar em ações nossa missão, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da sociedade e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Nosso Programa de Voluntariado Corporativo, em operação há mais de uma década em 25 países, é uma evidência concreta desta convicção. Neste ano, 9.286 pessoas de mais de 20 países participaram em mais de 2.600 atividades solidárias promovidas pela Fundación MAPFRE. Estas atividades permitiram melhorar a qualidade de vida de mais de 138.592 pessoas em situação de vulnerabilidade e risco de exclusão social, através de projetos orientados à educação, à saúde, à alimentação, ao apoio em emergências e ao cuidado do meio ambiente, entre outros.

Em 2025, mais de 9.200 pessoas participaram em iniciativas de voluntariado da MAPFRE

Entre nossas iniciativas globais é possível destacar três grandes linhas de atuação: o voluntariado dentro da linha de educação, que impulsiona atividades direcionadas a fomentar e oferecer capacitação às pessoas em risco de exclusão e, especialmente, às crianças, por meio de atividades de voluntariado como reforço escolar, campanhas solidárias de material escolar ou conscientizar e educar em valores.

O voluntariado dentro da linha da alimentação, que busca proporcionar alimentos com o objetivo de combater a fome e a desnutrição através de diferentes iniciativas, tais como refeitórios sociais, campanhas solidárias de coletas de alimentos, comércio solidário destinado a adquirir alimentos, entre outras.

O voluntariado dentro da linha da saúde, cujo objetivo é proporcionar apoio psicossocial a grupos desfavorecidos, tais como pessoas idosas, doentes, pessoas com deficiência e outros grupos em risco de exclusão, bem como promover campanhas solidárias de coletas de artigos de higiene e limpeza, promoção da doação de sangue, cabelo e outras doações econômicas para fins relacionados com a saúde.

Um compromisso intergeracional

O voluntariado também está passando por uma mudança de paradigma. A intergeracionalidade é um valor agregado, pois cada grupo apresenta habilidades e perspectivas que enriquecem o impacto. Na MAPFRE, verificamos que combinar o conhecimento e a experiência de perfis sênior com a energia e a inovação das gerações mais jovens reforça a coesão social e melhora os resultados. Aprender juntos, uns dos outros, faz parte do processo de transformação. Os desafios sociais contemporâneos demandam novas modalidades de participação cívica, e o voluntariado é uma delas. A digitalização, as redes de colaboração e o crescimento do chamado “voluntariado baseado em competências profissionais” faz com que profissionais que contribuem com seus conhecimentos técnicos, seja na área legal, comunicação, atendimento psicológico ou tecnologia, possam impulsionar organizações sociais e multiplicar seu alcance. Esta tendência não apenas otimiza recursos, mas também melhora a autonomia e a sustentabilidade das entidades que trabalham diretamente em campo.

Ninguém pode mudar o mundo sozinho, mas todos podemos mudar alguma coisa. O voluntariado é esse lugar onde a empatia se transforma em ação. Onde a solidariedade deixa de ser uma ideia abstrata para se converter em fatos.

 

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